quinta-feira, 2 de julho de 2020

Professor e ex-catador de latinhas cria computador com apenas R$ 22



Legenda: O protótipo foi desenvolvido com apenas R$ 22. A ideia é expandir o acesso da tecnologia às famílias de baixa renda. Foto: Arquivo Pessoal

Batizado de HYTEC One, o computador só precisa ser conectado a um aparelho celular ou televisão. O objetivo é expandir o acesso tecnológico às famílias da baixa renda.

O professor e ex-catador de latinhas radicado em Juazeiro do Norte, Ciswal Santos, desenvolveu um computador do tamanho aproximado de uma caixa de fósforo com o objetivo de ampliar a acessibilidade tecnológica para famílias de baixa renda. Com apenas R$ 22, o equipamento foi construído para auxiliar crianças e jovens no ensino.

Ciswal, de 31 anos, também é autor de um projeto de geração de energia sustentável, captação de água e acesso à internet por baixo custo. O trabalho já foi implementado, em janeiro deste ano, em uma aldeia de Moçambique, no continente africano. 

Agora, o professor criou computador e batizou de HYTEC One, que significa “Oi, tecnologia”, desenvolvido com pequenos componentes eletrônicos, rodando um sistema operacional básico, que pode ser conectado a qualquer tela, seja de computador ou celular.

Segundo Ciswal, com a pandemia da Covid-19 e as medidas de isolamento social, incomodava o fato de os alunos terem que assistir aula remotamente e muitos não terem acesso a um computador.
"Um computador hoje é bem caro. A falta de acessibilidade me deixava desconfortável desde cedo."

Então, resolveu criar o equipamento que rodasse programas básicos, como reprodutor de mídias, criação de texto, planilhas e slides. Com apenas R$ 22, Ciswal criou um computador com duas partições e o uso de um cartão de memória SD como um HD de computador.

O computador pode ser transportado no bolso, mas precisa de uma tela, seja TV ou aparelho celular, para ter acesso ao sistema Windows 98, que dá acesso à internet e programas como Word, PowerPoint e Excel. No entanto, isso é provisório, já que Ciswal está desenvolvendo seu próprio sistema operacional, que acredita que deverá ficar pronto em até quatro meses.
Vai ser um sistema de fácil acesso para idosos, crianças, para quem não tem noção de informática. Será muito instrutivo, vai ensinado”, acredita o professor.

Ciswal já recebeu proposta de um grupo de empresários de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, que querem investir na ideia e popularizar o aparelho no continente africano.

Minha intenção era que se popularizasse primeiro no Brasil. Queria muito que governos, seja federal, estadual, municipal, não importo qual for, investissem. Eu defendo a necessidade do povo. Queria muito que alguns destes pudesse popularizar. Dar acessibilidade aos jovens, condições de estudo. Para não estar passando o que passei”, defende.

Caso não apareça ninguém interessado em implantar o projeto no Brasil, mais uma vez, Ciswal deverá colocá-lo em prática fora do País, como aconteceu com seu projeto que o levou a estudar em Harvard, que está sendo desenvolvido em nações africanas.

Mas a prioridade é do Nordeste, do Ceará. Vou trabalhar em prol da população daqui”, completa.

Fonte
Com informações:

Saiba mais sobre o autor do projeto

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