sábado, 26 de janeiro de 2013

É possível aprender dormindo, diz estudo

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Já é fato conhecido que o sono desempenha um papel importante no fortalecimento de memórias existentes. Mas um trabalho publicado recentemente na revista científica Nature mostrou que também podemos memorizar coisas novas enquanto dormimos.

No estudo, a pesquisadora Anat Arzi e seus colegas do Weizmann Institute of Science in Rehovot, em Israel, conseguiram “ensinar” 55 voluntários a associarem odores com sons enquanto dormiam. Para isso, Arzi os expôs repetidas vezes a certos cheiros, tanto bons quanto ruins (como xampu ou peixe podre), e tocava um som específico para acompanhar cada um.
Durante o sono, voluntários passaram a respirar mais fundo (ou fungar) quando ouviam um som associado a um cheiro agradável, e inspiravam fracamente em resposta a um som associado a um odor ruim.

Mas o estudo também mostrou que essa atitude continuava mesmo depois de acordarem – eles podiam inspirar forte ou fracamente ao ouvir o som correspondente, mesmo se não houvesse odor nenhum. E detalhe: os participantes não tinham consciência nenhuma de que haviam aprendido essa relação.

O processo funcionou independentemente da etapa do sono em que foi feito, mas as respostas foram um pouco mais acentuadas nos casos em que isso havia sido feito durante o estágio REM (Rapid Eye Movement, ou "movimento rápido dos olhos", fase em que ocorrem os sonhos mais vívidos).

E boa notícia para os estudantes: Arzi acredita que nós provavelmente somos capazes de aprender informações mais complexas enquanto dormimos. “Mas isso não significa que você vai poder colocar seu dever de casa debaixo do travesseiro e saber tudo de manhã”, adverte. “Haverá limites claros sobre o que podemos aprender enquanto dormimos, mas eu acredito que ele vai além daquilo que demonstramos no estudo”.

Agora, a ideia é investigar os mecanismos cerebrais e o tipo de aprendizagem envolvidos em outros estados de consciência alterada, como estado vegetativo e coma.

Fonte: Ana Prado - Guia do Estudante (Via Scientific American)

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