sexta-feira, 15 de maio de 2020

Será este o futuro da educação?


Muito além da ficção. A frase "o futuro da educação" mostra agora um novo sentido.
Acredito que estamos todos de aviso prévio e seremos demitidos e trocados por profissionais que não necessitam de formação”.
A fala é do professor Jonas*, docente citado na reportagem da Agência Pública, veiculada no final de abril, sobre o uso de inteligência artificial para correção de textos sem que os alunos soubessem.

Jonas tinha razão. Na quarta-feira, 13 de maio, segundo informações recebidas pela reportagem, ao menos 90 profissionais já foram demitidos do grupo Laureate. A maioria dos demitidos é professor dos cursos à distância do grupo, dono de universidades como Anhembi Morumbi, FMU e outras nove universidades pelo país.

O quadro de professores de EAD, segundo apurou a reportagem, é de pouco mais de uma centena de docentes. Ou seja: a demissão afetou a maioria deles. Segundo os professores, todos os professores EAD serão desligados, informação também confirmada pelo Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP). A Laureate confirmou à Pública as demissões.
Os professores desligados trabalhavam exclusivamente com as disciplinas on-line e, a partir de agora, o objetivo é que os docentes das instituições atuem em ambas as modalidades de ensino”.
Segundo os professores entrevistados, eles serão substituídos pela figura de um “profissional monitor”, que não tem a mesma formação de um professor e que ficará dedicado a tirar dúvidas que não envolvem conteúdos das disciplinas. “Uma espécie de operador de chat para tirar dúvidas gerais”, resume Jonas, que reforça que os uso de inteligência artificial para atividades dissertativas segue em funcionamento.

Segundo Jonas, os monitores vão receber 1200 reais por oito horas de trabalho. Professores como ele recebiam mais do que o dobro.

Agora desempregado, Jonas conta que ficou assustado com a demissão em meio a pandemia de coronavírus — sua esposa também está desempregada.

A docente Silvana avalia que sua demissão e dos colegas reforça a ideia de que a Laureate “está preocupada com lucro e não com educação”.
Isso é um projeto da Laureate, já que as últimas medidas tomadas por ela, como o LTI [inteligência artificial], vão nesse sentido. Ainda que publicamente ela fale sobre a importância do professor, na prática, demite a totalidade de professores do EAD, para substituí-los e/ou por monitores sem especialização ganhando menos, ou por PJ [pessoas jurídicas] sem as garantias trabalhistas e por robôs”.

Saiba mais: https://apublica.org/2020/05/apos-uso-de-robos-laureate-agora-demite-professores-de-ead/ 

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